Os freios a disco mecânicos ou hidráulicos, com um, dois ou quatro pistões, são componentes robustos mas requerem cuidados na manutenção ou primeiro uso.
Inicialmente criados para serem usados nas bikes de Down Hill (descida de montanha), os freios a disco vem equipando bicicletas de todas as marcas com modelos de entrada (a cabo) e modelos hidráulicos sofisticados, com dois ou quatro pistões empurrando com mais força as pastilhas contra os discos, também conhecidos como rotores.
As modalidades que entraram recentemente na onda dos freios a disco foram as Road Bikes (bicicletas de estrada) e as Ciclocross, modalidade que utiliza uma bicicleta semelhante a de estrada, porém mais reforçada, com freios mais fortes e pneus para terra.
As pastilhas
As diferentes composições das pastilhas também podem fazer diferença para um freio “ficar bom” logo, pois cada tipo precisa “queimar” por determinado tempo até que sua superfície tenha as característica necessárias para aderir aos discos de forma eficaz.
Pastilhas Orgânicas
Compostas por resinas sintéticas com adição de grafite e aramida (compostos térmicos), não possuem partículas metálicas em sua fórmula, são menos agressivas e duram mais, mas precisam de mais tempo para se tornarem funcionais quando novas, ou resumindo, amaciar.
Pastilhas Sinterizadas
Compostas por pós e partículas metálicas como alumínio, cobre, bronze e aço, são compactadas e submetidas a altas temperaturas, formando blocos resistentes a desgaste e a altas temperaturas. Costumam fazer mais barulho (assobiar) em algumas freadas, recuperam seu poder de frenagem rapidamente quando molhadas.
Dificuldades com freios novos
Na maioria das bikes novas com freios a disco, existe uma dificuldade inicial para fazer a bike frear corretamente, isso porque as pastilhas de freio ainda não assentaram nos discos, ou seja, ainda não encostam por completo na superfície do disco. Para isso acontecer é preciso um pouco de paciência e andar bastante com a bike. Existem técnicas e macetes para acelerar este processo, receitas curiosas e as vezes radicais para conseguir que o freio funcione de uma hora pra outra. Observe também se na instalação inicial, a pinça, (parte de baixo do freio que atua no disco), não está desalinhada, o que consumirá muito mais tempo para encostar por completo no disco, gastando “torto” as pastilhas.
Para lixar uma pastilha usada, utilize uma lixa de parede, apoiada em superfície bem plana.
Antes de partir para medidas mais trabalhosas, verifique se os discos estão limpos, sem gordura ou qualquer outro resíduo. Não limpe os discos com derivados de petróleo, só água com um pouco de detergente ou álcool. Enxague bem, não precisa secar!
Dica 1:
Ande com a bike nova com pouco freio cerca de 15 minutos usando os freios normalmente. Se você tiver recursos para mexer, retire a cupilha ou pino que segura as pastilhas e as remova, não esquecendo de manter a posição esquerda/direita das pastilhas na hora de recolocá-las. Observe se estão com marcas brilhantes que indicarão se está pegando por completo ou parcialmente no disco.
Se estiver gastando de forma desigual, você pode lixar suavemente o lado da pastilha que está marcado, removendo a marca escura e brilhante, acelerando o processo de desgaste para que ela apoie por completo no disco. Observação: A lixa deve estar apoiada em superfície bem plana. Para a maioria dos modelos de freios a disco, será necessário tirar as rodas da bike para ter acesso as pastilhas.
Dica 2:
Molhe as pastilhas. Além de limpar o disco e a superfície das pastilhas, a água acelera o acentamento do sistema. Molhe as pastilhas dentro da pinça, pelo espaço que dá visão delas. Use a caramanhola ou uma mangueira. Ande com a bike brecando suavemente, uma rua com pouca inclinação é suficiente para deixar a bike rolar com os freios acionados. Sinta a vibração e ouça o barulho que isso causa, é normal. Não precisa fazer isso até que tudo fique super quente, vá aos poucos, dando tempo do disco esfriar e aí recomece.
Você pode alternar a Dica 1 e a Dica 2 para ter maior visão do desgaste.
Dica 3:
Radical. Essa funciona mais rápido, mas nem todos gostam de fazer em bike nova por dó! Passe lama nos discos, você pode fazer molhando um pouco de terra. Essa técnica faz sujeira, mas acelera o processo de acentamento das pastilhas porque é mais abrasivo. Não se preocupe, o sistema de freios é resistente a esse tipo de situação, e depois é só lavar as partes sujas e está tudo ok.
Não fique preocupado com o barulho ríspido que fará enquanto pedala e breca, você estará lixando disco e pastilhas ao mesmo tempo, conseguindo fazer tudo funcionar em pouco tempo.
Contaminação das pastilhas
Nos casos de manutenção da parte hidráulica, corte de mangueiras para encurtar (estética) ou lavagem da bike, o risco de contaminação das pastilhas é grande. Se cair óleo nos discos ou pastilhas, os freios não funcionarão mais. Evite também pulverizar algum tipo de spray anti ferrugem próximo dos discos ou pinças de freio, pois uma pastilha contaminada por óleo não se recupera, o material é poroso e puxa oleosidade com facilidade, fazendo deslizar ao invés de reter o movimento do disco.
Para fazer manutenção nos freios hidráulicos, remova as pastilhas e as rodas da bike, assim você não corre o risco de contaminar essas partes.
Fonte: Pedaleria
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